Em discurso inflamado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), o deputado estadual Poubel (PL), líder da legenda na Casa, não economizou nas críticas ao prefeito Eduardo Paes. Com o que chamou de “metralhadora verbal”, Pobel fez duras acusações e lançou provocações políticas, destacando a polarização no estado.

“O Rio tem dois lados: lado A e lado B. Ou é Bacellar, ou é Eduardo Paes. Não tem como ficar em cima do muro”, afirmou o deputado, ao definir os campos políticos que, segundo ele, dividem o cenário estadual.

No auge do discurso, Poubel resgatou um dos episódios mais emblemáticos e escandalosos da história política recente do país: a chamada “farra dos guardanapos”, ocorrida em 2009, durante uma viagem oficial à França.

Na ocasião, o então prefeito Eduardo Paes participou de um jantar em Paris ao lado do ex-governador Sérgio Cabral e de operadores financeiros ligados ao governo. A noite de ostentação ficou marcada por imagens de autoridades brasileiras dançando e brindando com guardanapos na cabeça, em um banquete que teria custado mais de R$ 1,5 milhão — supostamente pagos com dinheiro público.

A “farra dos guardanapos” tornou-se símbolo de um período de excessos e corrupção no alto escalão da política fluminense, e foi usada por Pobel como exemplo do que, segundo ele, não pode voltar a governar o Rio.

O discurso, recheado de provocações, também sinaliza a tensão crescente entre as lideranças do PL e o grupo político ligado a Paes, em meio à disputa por espaço e influência nas eleições municipais e estaduais que se aproximam.

Até o momento, a equipe do prefeito Eduardo Paes não se pronunciou sobre as declarações do deputado.